O enredo da proposta de conto do workshop da Pena

Depois de mais um workshop, que aconteceu na Biblioteca de São Lázaro, na Freguesia da Pena (Lisboa), eis o enredo (e a consequente sugestão para a construção de um conto em 5 partes) que serviu de base a uma parte dos exercícios dos formandos:

O enredo adensa-se...

Margarida Fragoso era médica num pequeno hospital fora de Lisboa.

Por uma razão mais ou menos obscura, ela transfere-se para um hospital de Lisboa.

A sua vida corria normalmente até que um dia recebe a visita de alguém que lhe propõe algo secreto e tentador mas que comporta alguns riscos. É um homem bem parecido, já com alguma idade, mas que coxeia, andando sempre com uma bengala.

Margarida Fragoso fica a meditar na proposta do homem mas não resiste e fala dela ao namorado...

Um pequeno conto em 5 partes:

a. Antes de se ter mudado para Lisboa, a médica e o homem já se conheciam (onde e em que situação se conheceram e quem é esse homem)?

b. O namorado de Margarida Fragoso é arqueólogo amador e tem a fantasia de um dia ter uma aventura “à Indiana Jones”. Ele fica a saber da proposta (que proposta?) que o homem fez à namorada e começa a fazer pesquisas na Biblioteca de São Lázaro (o que pesquisa ele?)

c. Entretanto, à noite, no Jardim do Torel, uma estranha personagem fantasmagórica assusta  o local... (quem é essa personagem? há quem diga que é o Dr. Sousa Martins, há quem diga que é um dos 11 Mártires da Pátria...)

d. O namorado de Margarida Fragoso propõe a esta que deixe o tal homem de fora e que ambos tomem conta da proposta que a ela foi sugerida. A médica discute com ele e não concorda. O namorado não faz caso da sua opinião e, numa noite, vai para o Jardim do Torel com um detector de metais (o que busca?)

e. O namorado da médica detecta algo no Jardim do Torel. Quando se prepara para escavar para ver o que é, eis que a tal figura fantasmagórica aparece, trazendo companhia (quem será?)

O namorado fica em pânico e leva uma pancada na cabeça. Quando acorda o sol vai alto e não há vestígios nem de tesouros nem de escavações. A médica está junto a ele e convence-o que tudo não passou de um sonho (será mesmo?)

E eis o exercício do workshop do Montijo (em 19 de Maio):

O enredo adensa-se...

José Martinez divide o seu tempo entre mergulhos no Tejo e pesquisas na biblioteca do Montijo. O que andará ele a pesquisar? Mas ele não está só nesta busca!
Carlos da Fonseca veio do mundo dos touros, mas agora é arqueólogo autodidata e anda à procura de algo que está
escondido no Tejo.
José Martinez sabe disso, vai ter com ele e confronta-o...


E esta era a (possível) estrutura do conto:


Um pequeno conto em 5 partes.

a. Martinez e da Fonseca já se conheciam (de onde e em que situação?)

b. Martinez descobre que tem familiares distantes no Montijo, mas está mais interessado num mistério que o rio Tejo esconde e que ele quer descobrir... (que mistério será esse?)

c. Anabela é uma montijense que trabalha na biblioteca. Ela é namorada de Carlos da Fonseca e sabe algo sobre Martinez.  (o que descobre ela sobre Martinez? irá contar ao namorado? o seu coração balança...)

d. Carlos da Fonseca fica ligeiramente ferido numa prática com o Grupo de Forcados do Montijo. Há quem diga que os touros foram drogados.  (a ser verdade, porquê e por  quem? alguém diz que viu um jipe suspeito a circular perto do terreno onde os touros costumam estar)

e. Martinez está prestes a desvendar o mistério que se esconde no Tejo. Uma mulher mergulha com ele nessa pesquisa. Quando regressam a terra há quem os espere para subtrair o que encontraram... (que mistério é esse? quem é a mulher? quem está em terra à espera deles para lhes roubar o que têm?)

O exercício do workshop de Alcobaça

Para recordar aos formandos de Alcobaça (e também para os do Montijo verem) eis o exercício do dia 28 de Abril:

O enredo adensa-se...

Carolina Marques decidiu mudar-se para Alcobaça.

Que profissão tem ela?

O pouco que se sabe é que tem andado a visitar e a explorar o Mosteiro de Alcobaça, pois há um mistério associado ao edifício.

Mas ela não está só.

Diogo Ferreira, um historiador autodidata, também anda atrás desse mistério e fará tudo para ser o 1.º a desvendá-lo.

Carolina Marques já conhece o historiador mas não fica contente com a sua presença em Alcobaça. Vai ter com ele e... 

E eis a proposta lançada para um conto em 5 partes:

Um pequeno conto em 5 partes.

a. Carolina e Diogo já se conheciam (de onde e em que situação?)

b. Carolina vem viver para Alcobaça para estar mais perto do mosteiro pois ele tem um mistério que ela quer desvendar (que mistério será esse? será importante para o conto?)

c. Carolina deduz que Diogo está em Alcobaça porque ele anda atrás do mesmo mistério (quem é realmente o Diogo? será mesmo um historiador? e o que sabe ele de Carolina?)

d. Entretanto um misterioso personagem encapuzado vigia os dois. (quem é esse sujeito? porque vigia ele Carolina e Diogo?)

e. Carolina parece estar prestes a desvendar o mistério do Mosteiro de Alcobaça mas Diogo tenta apropriar-se dele. Chantageia Carolina. Nesse momento o encapuzado aparece aos dois, com intenção de fazer cumprir uma ameaça antiga. (o que realmente se desvenda de tão importante? e qual a chantagem de Diogo? 

             e qual a ameaça que paira sobre os dois?)

O difícil parto da escrita

Escrever não é fácil. Não tanto por um factor de talento mas antes pela habitual vitória de preguiça sobre a vontade de escrever.
Sendo assim, eu venci a preguiça e estou a escrever estas linhas. Agora só espero que ponham aqui algumas das ideias que desenvolveram no workshop. Não é assim tão difícil pois todos vocês (tanto em Alcobaça, como no Montijo) saíram da vossa zona de conforto e afincaram-se com entusiasmo ao exercício de criarem uma história. E era isso mesmo que eu gostaria de ver. Estarei aqui para vos dar uma ajudar, sempre que puder.
Força nas canetas, computadores ao alto! A escrita seguirá dentro de momentos.

Bruno Barão da Cunha

Mãos à obra!

Viva a todos!
Eis o blog da Alfarroba já operacional para (espero) momentos de escrita e de experimentação em torno da criação de enredos para contos ou histórias, e outros aspectos em torno da escrita criativa.
Agarrem as vossas canetas, teclem nos vossos computadores. Cabeças a trabalhar e mãos à obra que a escrita vai (re)começar.

Bruno Barão da Cunha

Bom dia

Este é o sítio das palavras. É aqui que os formandos e formadores dos cursos e workshops de Escrita Criativa da Alfarroba poderão partilhar e fazer crescer as suas ideias nascidas em aula. A imaginação é o limite.